Política

DANIEL CHAPO VENCE E TORNA-SE O CANDIDATO DA FRELIMO PARA AS ELEIÇÕES DE 2024

"O parto finalmente foi simplificado com a ajuda certa". O Comité Central validou no Domingo (05), na Matola, província de Maputo, a vitória de Daniel Francisco Chapo, para candidato nas eleições gerais de outubro próximo, a serem realizados em Moçambique e na diáspora.

A victória de Daniel Chapo, foi descrita pelo actual Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, como um "parto difícil", com a análise de peritos na área, facto que se deve pela sondagem superior que o Roque Silva apresentava antes do Comité Central.

Até Sexta-feira (03), os nomes sonantes para o cabeça de lista pela FRELIMO para as eleições gerais de Outubro próximo, eram, José Pacheco, Basílio Monteiro, Fransisco Mucanheia, Damião José e General António Hama Thai.

Fontes indicam que, depois de debates acesos, o Comité Central venceu no mesmo dia e acrescentou mais dois nomes na lista dos pré-candidatos a serem votados pelo conclave, onde foi acrescido o nome de Daniel Chapo, actual Governador da província de Inhambane.

O assunto aconteceu contra a vontade da Comissão Política liderada pelo Presidente do Partido FRELIMO, Filipe Nyusi, tendo a sessão extraordinária do Comité Central do partido no poder, terminado o sábado sem indicação do candidato à Presidência da República, devido a falta do consenso em relação aos três nomes indicados pela Comissão Política, nomeadamente Roque Silva e Damião José.

Paulo Wache, analista Político, referiu que "o número de quadros elegíveis que concorrem a candidatura faz com que haja dificuldade para haver a escolha do novo cabeça de lista da FRELIMO."

Processo de eleição de Daniel Chapo

O “parto" continuou difícil na FRELIMO, até a noite de Domingo (05), com uma lista curta submetida a votação no segundo dia do Comité, composta por Roque Silva, Secretário Geral do Partido, Esperança Bias, Presidente da Assembleia da República, Francisco Mucanheia, Assessor do Presidente da República e Daniel Chapo, Governador da província de Inhambane.

Damião José, terceiro a concorrer, membro da Comissão Política, desistiu da posição e retirou a sua pretensão a presidente. Já na primeira ronda da votação 140 membros do Comité Central, totalizando quase um terço dos 250, votaram em branco, em protesto contra a imposição de candidatos, concluindo-se assim o processo de contagem de votos das eleições indicando que Daniel Chapo liderava com 103 votos, perdendo o esperado, Roque Silva com 77 e por último Esperança Bias com 3 votos.

A vitória de Daniel Chapo, sobre Roque Silva na sua primeira ronda foi anulada, pelo facto de "ser contra os estatutos do Partido FRELIMO que pressupõem ser necessários acima de 50% dos votos para ser considerado o ideal presidente às eleições gerais."-Comité Central.

Paulino Cossa, analista político, recordou que a sondagem de facto aponta Daniel Chapo, entretanto, a Comissão Política, abriu espaço para a segunda volta, e acrescentou na altura que "há maturidade suficiente nos que lideram o processo razões pelas quais há demora".

Demissão de Roque Silva do cargo e renúncia a candidatura

Na segunda ronda, Roque Silva renunciou a candidatura e o seu cargo de Secretário Geral do Partido FRELIMO, que ocupava desde 2017.

Para o jornalista Fernando Lima, a demissão reflete o que Roque Silva “percebeu da mensagem que o Comité Central esteve a transmitir de sexta- feira até domingo”.

“Em Moçambique, parafraseando o próprio Roque Silva, é preciso que alguém queira para ele querer, logo em Moçambique ninguém se demite de modo próprio, ninguém se transformou em militante de base por modo próprio”, argumentou Lima.

Ismael Mussá, por seu turno, explicou o porquê de Silva ter se demitido.

“Não tendo conseguido ser o candidato com maior número de votos numa eleição desta, e ser o secretário-geral naturalmente que havia poucas hipóteses, mas creio que a renúncia dele tenha sido articulada com a própria direcção do partido porque seria muito difícil continuar Secretario-Geral não tendo conseguido votação suficiente para ser candidato do partido Frelimo”, disse Mussá.

Assim, terminou a sessão ordinária da FRELIMO, com Daniel Chapo, o primeiro cabeça de lista para as presidências, do século com menos de 50 anos e que terminou a sua licenciatura no início dos anos 2000, segundo consta da bibliografia publicada pelo partido.






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